Primeira denúncia: em 2013, o surdo Daniel Sgardelis fez um primeiro apelo público através do YouTube, mas, sem qualquer impacto, apresentou sua própria denúncia pessoal perante a Corte em 2016 pelas humilhações sofridas no Instituto Provolo de La Plata entre 1981 e 1995.

Localização: Instituto Antonio Provolo para Surdos (Mendoza e La Plata).

Número de vítimas: entre 20 e 29 (dependendo da fonte), de 5 a 16 anos.

Duração dos abusos: 38 anos (de 1981 a 2016).

Acusados: 14 pessoas. Sacerdotes Nicola Corradi e Horacio Corbacho, monjas Kosaka Kumiko e Asunción Martínez e 10 outros trabalhadores da instituição. O principal acusado, o sacerdote italiano Nicola Corradi, 83 anos, já havia sido acusado de abusos no Instituto Provolo de Verona, Itália, muito antes de chegar à Argentina.

Em 2018, Jorge Bordón, conhecido como "o menino do coro", confessou 11 crimes de abuso sexual, incluindo estupro, contra cinco vítimas e foi condenado a 10 anos de prisão. Os outros acusados negam as acusações.

A freira Kumiko Kosaka está em prisão domiciliar depois de ter pago uma fiança de dois milhões de pesos argentinos (pouco menos de 33 mil euros). Ela afirma ser inocente e acusou intérpretes de lingua de sinais de testemunhas surdas de distorcerem seus ditos, acusação que foi rejeitada. Uma menina surda de 20 anos que havia sido abusada morreu de uma convulsão epiléptica apenas 24 horas depois de saber que a freira estaria fora da prisão para completar uma prisão domiciliar. Esta jovem tem um filho de 4 anos cujo pai é desconhecido e a família considera que ele é um dos acusados.

O Instituto Provolo em Mendoza foi fechado em 2016 após as denúncias. Uma busca policial do instituto encontrou pornografia, preservativos e pílulas anticoncepcionais. Depois disso, o Vaticano nomeou dois sacerdotes para conduzir uma investigação interna que ainda está em curso. Os promotores dizem que os funcionários da igreja na Argentina recusaram seu pedido de compartilhar as conclusões.

Cerca de 30 pessoas testemunharam no julgamento. A denúncia e o Ministério Público consideram a condenação de Jorge Bordón um antecedente muito importante quando se trata de confirmar os fatos aberrantes que aconteceram na escola.

Finalmente, em 25 de novembro de 2019, o sacerdote italiano Nicola Corradi foi condenado a 42 anos de prisão, o sacerdote Horacio Corbacho a 45 anos de prisão e um jardineiro a 18 anos.